No domingo, Ana Luiza acordou tarde, mas novamente vomitando. Teve mais dois episódios de vômito. Nada de febre, nada de dor.
Os olhos continuavam “estranhos”. E ela continuava afirmando que estava enxergando “de dois”. Fiquei preocupada demais. Não sei explicar, mas meu coração gelou naquele momento.
Fomos para o Pronto-socorro mais uma vez. A médica do plantão examinou novamente. Pediu exames de sangue e exatamente como o médico anterior, disse que ela não tinha nada. Enquanto esperávamos os resultados do hemograma, Ana Luiza adormeceu na maca do hospital, pelo efeito do remédio para vômito e náusea.
Fiquei olhando pra ela o tempo todo. Tentando imaginar o que poderia ser o problema. Toda mãe se acha super-heroína, acha que sabe mais que todo mundo. Eu não era diferente. Eu PRECISAVA descobrir o que ela tinha...
Assim que Ana Luiza abriu os olhos, acordando do cochilo, notei que seu olho esquerdo não estava se mexendo de forma normal. Tomei um susto e coloquei ela sentada na maca. “Olha pra mamãe, filha. Fica com a cabeça reta e olha pra frente. Tá vendo o meu dedo?” Perguntei. Movimentei o dedo lateralmente, percebi que o olho esquerdo não acompanhava normalmente.
Saí correndo pra chamar a médica. E ela pediu que levasse Ana Luiza até o consultório. Chegando lá, reforcei a questão da visão dupla e disse que percebi uma movimentação diferente. Aquilo não poderia ser normal. Insisti.
A médica disse que poderia ser o início de um estrabismo (doce ilusão!) e me concedeu atestado de 3 dias, dizendo que eu deveria levá-la ao oftalmologista. E que em 3 dias conseguiria alguma vaga para consulta. Meu coração estava apertado. Não sei explicar, mas era uma sensação de medo, de impotência.
Ana Luiza não queria faltar a escola. Disse que não poderia perder a prova de matemática “de jeito nenhum”. Expliquei, argumentei e ela entendeu. A médica me deu alguns dias para conseguir uma consulta. O problema era eu conseguir me acalmar até a segunda-feira, para agendar consulta com um oftalmologista.
Voltamos para casa, Ana Luiza estava sonolenta. Deitou no sofá com Marcos e lá ficou. Acordei a pequenina, almoçamos comida chinesa e ela voltou pro sofá. Dormiu a tarde inteira. Aquela sonolência estava me deixando ainda mais nervosa.
Enquanto ela dormia, fui “googlar”. Procurei algo sobre estrabismo, já que a médica tinha falado sobre isso. No fundo eu sabia que não tinha nada a ver com estrabismo. Não sou médica, mas meu coração neurótico e desesperado me dizia: “Que estrabismo que nada!! Isso é alguma coisa neurológica. Isso é algo mais sério”. Aí meu lado otimista e medroso, na mesma hora rebatia: “Não se apavore. A médica estudou muito. Ela viu que não tinha nada para se preocupar.”
Esse debate mental durou a tarde toda. Minha cabeça estava doendo e o coração apertado o tempo todo. Mas a “pesquisa” me serviu para descobrir que existe um Centro Brasileiro de Estrabismo e que existe somente um oftalmologista credenciado em Manaus. Anotei o telefone do consultório para (tentar) agendar uma consulta no dia seguinte.
Não havia nada que eu pudesse fazer no momento. Em pleno domingo a tarde, tudo que poderia ter sido feito, foi feito. Só nos restava esperar até a segunda-feira. Os debates mentais não saíam da minha cabeça e nessas horas a gente só consegue pensar absurdos.
Enquanto Ana Luiza assistia televisão, fui lá fora conversar com os pais do Bernardo. Eles perguntaram se Ana Luiza havia melhorado, eu disse que ela estava bem, mas que a médica tinha suspeitado de um início de estrabismo. Comentei que estava preocupada, pois tinha quase certeza que não conseguiria agendar consulta com oftalmologista na segunda-feira. Eles falaram que tinham acabado de voltar do Studio 5 e que viram um consultório oftalmológico lá. E em último caso, talvez eu conseguisse levá-la para consulta por lá mesmo.
O que eu fiz? Coloquei Ana Luiza no carro, em pleno domingo a noite e fui pro Studio 5. Realmente tinha um consultório de oftalmologia lá. A atendente disse que eles só tinham médicos de segunda a sábado. E agendou uma consulta pra Ana Luiza na segunda-feira.
Fiquei com vergonha por sair de casa igual uma louca e agendar consulta com médico de Shopping. Mas se na segunda-feira eu não conseguisse nada, pelo menos já teria uma “consulta”, agendada.
Saí tão desorientada do tal consultório que esqueci o celular em cima do balcão. Ao chegar em casa, noto que tinha esquecido o celular e volto ao shopping, obviamente me xingando pela burrice e falta de concentração.
A recepcionista havia guardado o celular. Menos mal. Já estava pensando nos gastos que teria para comprar outro celular... e no pior: ter que aguentar a chatice do Marcos e tendo que concordar com ele quanto a minha falta de atenção.
Voltei pra casa e algum tempo depois já estávamos indo pra cama. E demorei a dormir. Sono frágil, leve. Estava meio sobressaltada. Preocupada. Sentimento que há muito tempo não sentia.
Os olhos continuavam “estranhos”. E ela continuava afirmando que estava enxergando “de dois”. Fiquei preocupada demais. Não sei explicar, mas meu coração gelou naquele momento.
Fomos para o Pronto-socorro mais uma vez. A médica do plantão examinou novamente. Pediu exames de sangue e exatamente como o médico anterior, disse que ela não tinha nada. Enquanto esperávamos os resultados do hemograma, Ana Luiza adormeceu na maca do hospital, pelo efeito do remédio para vômito e náusea.
Fiquei olhando pra ela o tempo todo. Tentando imaginar o que poderia ser o problema. Toda mãe se acha super-heroína, acha que sabe mais que todo mundo. Eu não era diferente. Eu PRECISAVA descobrir o que ela tinha...
Assim que Ana Luiza abriu os olhos, acordando do cochilo, notei que seu olho esquerdo não estava se mexendo de forma normal. Tomei um susto e coloquei ela sentada na maca. “Olha pra mamãe, filha. Fica com a cabeça reta e olha pra frente. Tá vendo o meu dedo?” Perguntei. Movimentei o dedo lateralmente, percebi que o olho esquerdo não acompanhava normalmente.
Saí correndo pra chamar a médica. E ela pediu que levasse Ana Luiza até o consultório. Chegando lá, reforcei a questão da visão dupla e disse que percebi uma movimentação diferente. Aquilo não poderia ser normal. Insisti.
A médica disse que poderia ser o início de um estrabismo (doce ilusão!) e me concedeu atestado de 3 dias, dizendo que eu deveria levá-la ao oftalmologista. E que em 3 dias conseguiria alguma vaga para consulta. Meu coração estava apertado. Não sei explicar, mas era uma sensação de medo, de impotência.
Ana Luiza não queria faltar a escola. Disse que não poderia perder a prova de matemática “de jeito nenhum”. Expliquei, argumentei e ela entendeu. A médica me deu alguns dias para conseguir uma consulta. O problema era eu conseguir me acalmar até a segunda-feira, para agendar consulta com um oftalmologista.
Voltamos para casa, Ana Luiza estava sonolenta. Deitou no sofá com Marcos e lá ficou. Acordei a pequenina, almoçamos comida chinesa e ela voltou pro sofá. Dormiu a tarde inteira. Aquela sonolência estava me deixando ainda mais nervosa.
Enquanto ela dormia, fui “googlar”. Procurei algo sobre estrabismo, já que a médica tinha falado sobre isso. No fundo eu sabia que não tinha nada a ver com estrabismo. Não sou médica, mas meu coração neurótico e desesperado me dizia: “Que estrabismo que nada!! Isso é alguma coisa neurológica. Isso é algo mais sério”. Aí meu lado otimista e medroso, na mesma hora rebatia: “Não se apavore. A médica estudou muito. Ela viu que não tinha nada para se preocupar.”
Esse debate mental durou a tarde toda. Minha cabeça estava doendo e o coração apertado o tempo todo. Mas a “pesquisa” me serviu para descobrir que existe um Centro Brasileiro de Estrabismo e que existe somente um oftalmologista credenciado em Manaus. Anotei o telefone do consultório para (tentar) agendar uma consulta no dia seguinte.
Não havia nada que eu pudesse fazer no momento. Em pleno domingo a tarde, tudo que poderia ter sido feito, foi feito. Só nos restava esperar até a segunda-feira. Os debates mentais não saíam da minha cabeça e nessas horas a gente só consegue pensar absurdos.
Enquanto Ana Luiza assistia televisão, fui lá fora conversar com os pais do Bernardo. Eles perguntaram se Ana Luiza havia melhorado, eu disse que ela estava bem, mas que a médica tinha suspeitado de um início de estrabismo. Comentei que estava preocupada, pois tinha quase certeza que não conseguiria agendar consulta com oftalmologista na segunda-feira. Eles falaram que tinham acabado de voltar do Studio 5 e que viram um consultório oftalmológico lá. E em último caso, talvez eu conseguisse levá-la para consulta por lá mesmo.
O que eu fiz? Coloquei Ana Luiza no carro, em pleno domingo a noite e fui pro Studio 5. Realmente tinha um consultório de oftalmologia lá. A atendente disse que eles só tinham médicos de segunda a sábado. E agendou uma consulta pra Ana Luiza na segunda-feira.
Fiquei com vergonha por sair de casa igual uma louca e agendar consulta com médico de Shopping. Mas se na segunda-feira eu não conseguisse nada, pelo menos já teria uma “consulta”, agendada.
Saí tão desorientada do tal consultório que esqueci o celular em cima do balcão. Ao chegar em casa, noto que tinha esquecido o celular e volto ao shopping, obviamente me xingando pela burrice e falta de concentração.
A recepcionista havia guardado o celular. Menos mal. Já estava pensando nos gastos que teria para comprar outro celular... e no pior: ter que aguentar a chatice do Marcos e tendo que concordar com ele quanto a minha falta de atenção.
Voltei pra casa e algum tempo depois já estávamos indo pra cama. E demorei a dormir. Sono frágil, leve. Estava meio sobressaltada. Preocupada. Sentimento que há muito tempo não sentia.
Eu nem imaginava que a sensação só pioraria...
Sabe Carol acho que nada do que eu disser aqui será capaz de confortar seu coração...Soube da história da Ana Luiza pela Tia Lú, que você citou no primeiro post, recebi um recado no meu orkut da Lú pedindo orações e fui procurar algo sobre o que estava acontecendo, tenho acompanhado silenciosamente o seu twitter e do seu marido, tenho me alegrado e entristecido com cada pedacinho da história de Ana Luiza, me alegrado com sua força e coragem e me entristecido com cada picadinha que ela precisa tomar...Também sou mãe e dizer que posso imaginar o tamanho da sua dor seria mentira...Gostaria que soubesse que meus pensamentos positivos e orações estão voltados para Ana Luiza...Tenha fé!!Hoje e sempre...
ResponderExcluirCom muito carinho,
Maira Venzo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCarol,
ResponderExcluirHoje assistindo Tv, vi a propaganda das forças armadas (onde falam fulano de tal a 5 anos curou da meningite...) Na mesma hora pensei, daqui algum tempo é a Ana Luiza contando a sua historia de cura!!
Tenho acompanhado todas as noticias pelo Twiter, e vibrando com cada vitoria, e chorando com cada noticia não tão boa assim.
E tenho ficado cada vez mais admirada com sua força e coragem. Diante disso ainda não tive coragem de te ligar a Tia bomba aqui é muito chorona, não ia ajudar muito. Desde o dia que eu soube do diagnostico a ficha não caia é difícil de acreditar que a Aninha tava com câncer, mas vendo toda sua força junto com o Marcos e ainda o imenso carinho de todos seus amigos eu só pude comprovar que : DEPOIS DO AMOR , QUALQUER SOFRIEMENTO FICA MENOR QUE UM GRÃO DE AREIA.
Tenho muita fé, que ela vai ficar boa Deus é maravilhoso e faz milagres
Beijos enormes
Fernanda Rios a tia bomba
Carol, estamos aqui rezando pela Ana Luiza todos os dias. Força!
ResponderExcluireu espero que a campanha que está circulando na internet a ajude para ajudar sua filha. força sempre. o/
ResponderExcluiremail: jack-sampaio@hotmail.com
twitter: @jacksampaio
Nao posso imaginar sua dor nesse momento, sei que é a dor de um vazio, dor só de quem perde alguém querido. Sei que esse vazio que sentis agora jamais passará, confie no senhor entrega tua vida no senhor teu Deus que mais ele o fara. Esse pequenino anjo foi enviado por Deus para nos ensinar o amor ao proximo, para nos ensinar o quanto somos fortes e suportamos tudo. Agora sua princesinha esta com o nosso senhor Deus aguardando o dia em que possa retornar para vida eterna. Meu pesar amiga, e que Deus possa te confortar mnesse momento porque so Deus para nos dar paz. Deus é amor, onde existe amor existe Deus. Que Deus abençoe vc e sua familia.
ResponderExcluirNao posso imaginar sua dor nesse momento, sei que é a dor de um vazio, dor só de quem perde alguém querido. Sei que esse vazio que sentis agora jamais passará, confie no senhor entrega tua vida no senhor teu Deus que mais ele o fara. Esse pequenino anjo foi enviado por Deus para nos ensinar o amor ao proximo, para nos ensinar o quanto somos fortes e suportamos tudo. Agora sua princesinha esta com o nosso senhor Deus aguardando o dia em que possa retornar para vida eterna. Meu pesar amiga, e que Deus possa te confortar nesse momento porque so Deus para nos dar paz. Deus é amor, onde existe amor existe Deus. Que Deus abençoe vc e sua familia.
ResponderExcluirfoça mãe já perdi uma filha sei com é que deus lhe a bençoe
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