sábado, 29 de janeiro de 2011

01 a 14 de Janeiro de 2011 - O Milagre

Marcos arrumou todas as bagagens no porta-malas. Na volta é sempre mais difícil fechar as malas. Eram vários presentes e já não tinha lugar para mais nada.

Ana Luiza acordou e estava visivelmente contrariada. Tomou café com o bico batendo na janela. Disse que não queria voltar pra São Paulo “de jeito nenhum”. Depois de algumas conversas, ela entendeu perfeitamente a importância de voltar e continuar o tratamento.

A estrada estava muito tranquila, como esperado. Saímos de Lagoa Santa por volta das 9h30min da manhã e neste horário a grande maioria das pessoas ainda estava dormindo e muitas delas ainda aproveitariam o primeiro final de semana do ano.

Chegamos em SP e ao entrar no condomínio, o porteiro já nos entregou as encomendas. Ana Luiza havia ganho diversos presentes e mimos de alguns de seus amigos “virtuais” que fazem parte da torcida por sua saúde. Adorou os chapéus coloridos e principalmente o DVD do Luan Santana, de quem virou grande fã. Inicialmente, Marcos e eu torcemos o nariz. Mas gosto é gosto. E ela tem o direito de gostar de quem quiser. E ai de quem falar mal dele, viu? Fui falar que as calças dele eram muito justas e tomei uma bronca!

Após as “férias” em BH, recomeçaria a rotina de exames e consultas. E logo no dia 03/01/2011 fomos a consulta com a médica anestesista, que nos entregou os encaminhamentos para os exames pré cirúrgicos. A médica, muito simpática e atenciosa, conquistou a pequena. Na verdade, ainda estou na dúvida quem conquistou quem, mas o fato é que elas se deram muito bem.

No dia seguinte, teve a consulta de retorno com o cirurgião, onde deveríamos entregar a avaliação da anestesista e o resultado da arteriografia. Os resultados estavam ótimos e ele autorizou a cirurgia, pois a carótida poderia ser removida caso fosse necessário, sem comprometimento para o fluxo sanguíneo da cabeça. Respiramos aliviados.

Ele comentou novamente sobre as sequelas da cirurgia, sobre a retirada da carótida e sobre a perda dos movimentos do olho esquerdo. As chances de haver sequelas eram grandes, ele fez questão de enfatizar isso. Além disso, ele falou do pós-cirúrgico e que não seria nada fácil.

Em minha cabeça eu aceitava as sequelas “numa boa”. Estávamos falando da vida de minha filha. Já tinha visto vários pacientes mutilados em cirurgias oncológicas, mas que viviam normalmente. Muitas crianças sem olho, sem perna, com o rosto deformado pelas cirurgias e que viviam suas vidas, tendo alcançado a cura. Minha filha seria uma dessas crianças. Ela sairia de um prognóstico terrível de apenas 20% de chance de cura, para uma vida normal, apenas com um olho paralisado. Se essa era a vontade de Deus, só me restava pedir sabedoria para compreender o significado disso tudo e seguir firme.

O rabdomiossarcoma é um câncer agressivo e perigoso, que volta a nascer com força total e muito rapidamente segundo as estatísticas médicas nacionais e internacionais. Eu entendia a importância da cirurgia, aceitava racionalmente as sequelas e o pós-cirúrgico difícil, mas em meu coração ainda nutria a esperança de que o tumor desaparecesse completamente e que a cirurgia não fosse mais necessária. Que mãe aceita assim, tão facilmente, uma sequela num filho? Ainda mais eu, que sempre tive dificuldades até pra aceitar um corte de cabelo mal feito em Ana Luiza... que vergonha!

Minha cabeça parecia girar. Ao mesmo tempo confiante e agradecida, porque finalmente o tumor era operável deixando poucas sequelas, eu ainda queria acreditar que Deus daria um sumiço naquele tumor, que ainda era grande e perfeitamente visualizável nos exames de imagem. Era a luta da razão contra o coração. Se por um lado eu tinha certeza que a cirurgia era necessária, por outro não deixava de acreditar que não existe nada impossível para Deus.

Mas será que eu não eu estava “querendo demais”? Deus já tinha me concedido várias bençãos até aquele momento. A UTI aérea, um excelente apartamento pra ficar, o desaparecimento das metástases e o tumor ter se tornado operável... Deus não precisa provar Sua existência através de um milagre tão grandioso. A gente já vinha recebendo bençãos, milagres e providências de Deus.

Lembro de diversas conversas de corredor, com inúmeras mães e desconhecidos, que falavam da dificuldade de vencer um rabdomiossarcoma. O próprio site do hospital assegurava que rabdomiossarcomas com metástases, não respondiam adequadamente ao tratamento quimioterápico. Lembrei dos diversos artigos que li, dos estudos e de várias histórias terríveis de crianças que não tinham condições de submeter-se a cirurgia, o que determinava a recidiva precoce do maldito câncer, fragilizando-as até o óbito. A cirurgia era importante, sem dúvidas. Mas acreditar, crer e ter a convicção de que Deus poderia fazer o que bem entendesse, ainda permanecia no meu coração.

E enquanto eu nutria a esperança no desaparecimento do tumor, no mesmo instante eu me perguntava: ”Quem sou eu para receber um milagre desses?” E minha cabeça ficava rodopiando... indo e vindo em pensamentos que não me levariam a lugar algum. Cansada, concluí que só me cabia confiar. Pois se o plano dEle para a nossas vidas, fosse permitir que enfrentássemos esta cirurgia, com ou sem sequelas, a gente teria que ter forças para passar por isso. E fim de papo.

O médico agendou a cirurgia para o dia 18 de janeiro de 2011. Vários especialistas participariam do procedimento. Com a data definida, fomos para a consulta com o oncologista, onde informamos sobre os preparativos da cirurgia, tiramos dúvidas sobre os exames pré-operatórios e questionamos os próximos passos do tratamento. Perguntamos se ainda existiam chances de o tumor ter diminuído um pouco mais com os dois ciclos de quimioterapia que ela tinha feito. O médico foi enfático: “Ele pode até diminuir, mas muito pouco. O que interessa é que a redução significativa que ocorreu, já foi o suficiente para ele ser removido e é o que vai acontecer”.

O oncologista nos encaminhou para o setor de Radioterapia, pois conforme o protocolo de tratamento que ela estava sendo submetida, imediatamente após a cirurgia, ela faria aplicações diárias de radioterapia, durante um mês, com intervalos somente nos finais de semana. Paralelo ao tratamento com radiação, ela continuaria os ciclos de quimioterapia.

Enquanto eu fazia cara de quem estava pronta pra seguir em frente, meu coração apertava de novo. Tudo que passamos até este momento era apenas o começo de um longo e desgastante tratamento. Minha filha, meu bebê, minha linda princesa, ainda teria um longo e terrível caminho pela frente.

Sem dar espaço para as minhas lamentações, fui ao setor de Radioterapia agendar a consulta com os médicos. A semana estava acabando e logo começaria a maratona de exames pré-cirúrgicos.

Os primeiros exames, eram as imagens de tomografia e ressonância com neuronavegação. Chegamos a Beneficência Portuguesa (que é bem próxima de onde estamos hospedadas) e a tomografia propriamente dita, foi rápida. Mas controlar a crise de choro da pequena levou uma eternidade. Após 3 tentativas, finalmente conseguiram puncionar a veia da pequena, para receber o contraste. Mais um capítulo da novela “veias dançantes” tinha terminado. Agora restava acalmá-la para poder ficar bem quietinha no tubo da tomografia. Ela chorou tanto que ao respirar soluçava e aquilo poderia atrapalhar o exame.

Após 1h30min de preparo para o exame, ela deitou na maca e em menos de 5 minutos caiu no sono. Após 20 minutos o exame estava pronto. Ao sair do hospital, disse que preferia “mil vezes o A.C.Camargo”. Expliquei que teríamos que voltar no dia seguinte para a Ressonância, pois não havíamos conseguido agendar os dois na mesma data. Ela resmungou, mas àquela altura já sabia que reclamar não adiantava muita coisa.

Fomos pra casa, almoçamos e no fim da tarde o pai biológico de Ana Luiza veio visitá-la. Me ligou comunicando que estava em São Paulo e que gostaria de vê-la. Ana Luiza o recebeu com muita alegria e simpatia, como fazia com todas as pessoas que vinham visitá-la.

No dia seguinte, mais um exame. Desta vez a ressonância magnética. Mas diferente do dia anterior, tudo ocorreu com tranquilidade. Nada de veias dançantes e choros soluçados. A enfermeira acertou em cheio logo na primeira tentativa.

A médica que faria o exame em Ana Luiza, muito simpática, teve toda a paciência do mundo com a pequena. Disse que já tinha ido a Manaus e que tinha adorado. Enquanto a enfermeira posicionava a pequena no tubo, a médica me perguntou a data do diagnóstico e pegou os dois últimos exames de imagem que Ana Luiza havia se submetido. Mencionei a redução do tumor de um exame para o outro, mas ela pareceu estar mais interessada no posicionamento adequado de Ana Luiza dentro do tubo. Reforçou o pedido pra que ela ficasse bem parada e assim o exame terminaria mais rápido.

O exame começou e após alguns minutos foi injetado o contraste. Na sala de exame, tinha um grande papel de parede com a imagem de um resort paradisíaco, numa praia linda. A foto era muito bonita e realmente ajudava a relaxar. Tentei respirar fundo e notei que eu estava forçando o maxilar de tanto nervoso. Esses exames sempre me deixavam tensa. Lembrei do último que ela tinha feito e dos resultados surpreendentes.

Mas eu já tinha prometido pra mim mesma que não tentaria adivinhar a cara dos médicos pelo vidro da sala de comando, então fiquei olhando aquela paisagem, passando a mão nos pezinhos de Ana Luiza e pedindo a Deus que tudo desse certo. Respirei fundo, fechei os olhos e apenas desejei, do fundo do meu coração, que o tumor estivesse menor.

Poucos minutos antes de terminar o exame, a médica veio na porta e me perguntou: “Mãe, quando foi mesmo a cirurgia dela?” Eu, que estava de olhos fechados, nem entendi a pergunta direito. Disse apenas: “Vai ser dia 18/01”. A médica perguntou com um tom de surpresa: “Então ela ainda não fez nenhuma cirurgia? Ela fez que tratamento?” Ainda sem raciocinar, respondi: “Ela está fazendo quimio desde outubro”. A médica retrucou: “O tumor realmente diminuiu bastante, né?” Achando que ela falava dos exames anteriores, eu apenas concordei e disse: “É verdade, Graças a Deus que diminuiu. A quimioterapia funcionou bem!”

A médica fechou a porta e somente então me veio o raciocínio: “Será que ela estava falando dos exames anteriores, ou será que esta porcaria de tumor diminuiu ainda mais? Será que ela perguntou sobre a cirurgia porque achou que o tumor parecia ter desaparecido?” Me deu taquicardia e não tinha foto de resort paradisíaco que desse jeito.

A enfermeira voltou e disse que o exame já havia terminado. Me entregou o protocolo de retirada do exame e disse que ficaria pronto no dia seguinte, no fim da tarde. Eu imaginava que a médica voltaria, mas ela não voltou. O jeito era esperar o resultado e tentar não criar expectativas.

Saí da sala de exame rindo e foi difícil disfarçar para minha mãe. Não queria criar uma expectativa desnecessária. Mas eu precisava dividir aquele misto de agonia e euforia com alguém e instintivamente peguei o celular para ligar para o Marcos, mas não havia sinal. O setor de imagens da Beneficência Portuguesa fica no 2º subsolo e lá o sinal some completamente.

Ao chegar no térreo, assim que redisquei o telefone do Marcos, Ana Luiza me chamou para ver as lindas orquídeas penduradas numa enorme árvore, em frente ao hospital. Distraída com as orquídeas, consegui me conter e deixei pra ligar pra ele quando chegasse em casa.

Foi colocar os pés em casa e liguei para o Marcos, contando o papo maluco da médica. Quando contei a pergunta que ela fez, sobre quando havia sido a cirurgia, Marcos deu uma risada nervosa no telefone. Desliguei o telefone e obviamente não consegui me conter: falei pra minha mãe. Tentei contar, como quem está conversando trivialidades, para não gerar expectativas nela, mas não deu muito certo.

Passamos a tarde numa ansiedade absurda. Nos restava ter calma e esperar até o dia seguinte, para buscar os resultados dos exames.

Os exames só ficariam prontos às 17h. Haja criatividade para dispersar pensamentos extremamente ansiosos. Fiquei no computador, tentei escrever mais um texto para o blog, assisti TV com Ana Luiza e nada conseguia me distrair dos resultados dos exames.

Quando ainda faltavam 2h para o exame ficar pronto eu comecei a me arrumar. O hospital é bem próximo do lugar onde estamos hospedadas, pouco mais de 10 minutos de carro. Mas quando estava quase dando 16h, dei um beijo nas mulheres da minha vida e fui para o hospital.

Chegando lá, fui até o 2º subsolo, e exatamente às 16h05 estava no setor de imagens. Entreguei o protocolo para retirada dos resultados de exames e a atendente disse que ia checar se já estava pronto. Enquanto eu aguardava no balcão, fiquei olhando ao meu redor e pensando: “Quantas pessoas também não esperavam um milagre nos seus resultados de exames? Quantas delas também estariam ansiosas e sem dormir direito? Quantas estariam descobrindo uma doença, ou quantas estariam fazendo exames de rotina?” O fato é que todos nós estamos no mesmo barco e somos extremamente limitados e frágeis.

A atendente volta com 2 grandes envelopes, me pede para assinar um documento e me diz para aguardar a gravação do CD das imagens, pois não duraria mais que 5 minutos.

Caí pesadamente numa poltrona. Respirei fundo e diferente da última vez, consegui abrir calmamente os envelopes. Pequei o primeiro e era a tomografia. Nem olhei as imagens, tratei de pegar o laudo e simplesmente li que estava tudo absolutamente normal. Minhas mãos começaram a tremer. Reli o documento de novo e estava lá, bem claro: “Não há evidências de líquidos, hemorragias, desvio das estruturas ou apagamento das cisternas. O sistema ventricular é de topografia, morfologia e dimensões normais. As substâncias branca e cinzenta apresentam coeficiente de atenuação aos raios X normais. Porções visibilizadas das cavidades aéreas paranasais com transparência habitual. Não houve impregnação anômala pela substância de contraste

Peguei o envelope da Ressonância, o exame mais detalhado, e só tinha um laudo descrevendo a técnica do exame. Nada mais. A atendente volta e me entrega o CD. Perguntei se não estaria faltando o laudo da ressonância e ela confirmou que no exame com protocolo de neuronavegação era entregue apenas o CD. Achei estranho, mas não tinha a menor condição de questionar.

Saí correndo do setor de imagens, louca para ligar para o Marcos. O celular sem sinal e o elevador demorando. Fui pelas escadas. Cheguei ofegante no térreo e já fui ligando pra ele. Sentei num banco do lado de fora do hospital e li o laudo. Ainda não tínhamos o direito de comemorar. A tomografia não era tão detalhada quanto a ressonância, mas aquilo com certeza nos indicava que, pelo menos, o tumor havia diminuído de tamanho.

Ainda era 16h30min. Talvez eu ainda conseguisse encontrar um dos oncologistas no A.C.Camargo e eles pudessem olhar os resultados da Ressonância. Peguei um táxi e lá fui eu. Dentro do carro, liguei para o anjo da guarda de Ana Luiza, tia Josely. Sendo médica e principalmente tendo visto os exames anteriores da Ana Luiza, talvez ela tivesse alguma opinião a respeito do resultado da tomografia. Li o resultado do exame e ela também ficou surpresa. Acho que naquele momento, a reação dela foi muito mais de mãe, do que de médica. Era complicado afirmar alguma coisa, mas fiquei de, assim que chegasse em casa, enviar por e-mail o laudo da tomografia e as imagens.

Chegando no hospital, saí correndo pelos corredores e cheguei na pediatria. Estava tudo vazio e tive quase certeza que não encontraria nenhum dos médicos que a acompanhavam. Perguntei da secretária e ela disse que estavam todos lá, livres, pois o dia estava bastante tranquilo, com poucas consultas.

Entrei na sala e avistei um dos oncologistas. Ofegante e com a voz tremendo, disse a ele que eu tinha ido buscar os resultados dos exames de imagem na Beneficência Portuguesa e o resultado da tomografia parecia normal. A ressonância não tinha laudo, nem imagens, só o CD e por isso, queria que ele olhasse e me desse alguma luz.

Ele riu e, pegando os envelopes da minha mão, disse: “Eu adoro essas mães...” Após ler o laudo da tomografia ele confirmou que o exame mostrava que tudo estava normal.

Tentando não criar nenhum tipo de euforia, calmamente ele disse que esse exame não era tão detalhado quanto a ressonância. E que o cirurgião teria que abrir o CD para avaliar melhor. Ele não era o profissional adequado para avaliar as imagens, e para abrir o CD era necessário um software específico que ele não tinha. Ele fez uma cara de que aquilo era absolutamente normal. Nem curioso ele parecia estar.

Não foi exatamente a “ajuda” que eu queria. Mas tudo indicava que eu tinha que ter calma. Paciência é uma virtude, que eu definitivamente ainda tinha que aprender.

Liguei para o Marcos, que a essa altura roía os cotovelos de tanta ansiedade. “Vai pra casa e tenta abrir o CD! Me envia a imagem da tomografia e o laudo! Será que sumiu tudo mesmo? Caramba, Carol!! Já pensou? Será que amanhã vai ter algum cirurgião no hospital? Você já tirou foto do Laudo? Tenta fazer uma cópia do CD e me manda por e-mail! Blá, blá, blá...” Vi que calma, paciência e serenidade não era um forte de nenhum dos dois.

Cheguei em casa, enviei os e-mails, tentei abrir as imagens e nada! Era preciso um software específico. Os arquivos do CD eram enormes e mesmo que eu compactasse o arquivo, não conseguiria enviá-lo por e-mail. Fiz 2 cópias do CD, a pedido do Marcos e decidi largar aquilo tudo pra lá.

Parei tudo e sentada de frente para o computador, decidi que esperaria com calma, para falar com o cirurgião. Ainda faltavam 2 dias, para a consulta com o médico e eu teria que ter calma.

Perguntei de Ana Luiza se ela queria comer alguma coisa especial e ela pediu esfirra de carne do Habibs. Peguei um guarda-chuva, uma mochila e fui andando até a lanchonete que ficava a duas quadras do apartamento.

Eu precisava pensar, meditar e me acalmar. Mas era quase impossível com um marido alucinado e sozinho em Manaus. Me ligou dizendo que tinha enviado as imagens e o laudo para um neurologista de BH, amigo da família. Ele já tinha visto os exames anteriores e falou que realmente na imagem não aparecia nada anormal e, provavelmente, se ainda aparecesse algo na ressonância, sem dúvidas seria algo muito menor.

Fiquei feliz e tentei acalmar o Marcos, pedindo que ele tentasse deixar aquilo para amanhã. Já era noite em SP e a gente ainda estava rodando em círculos sem a menor necessidade. O resultado estava lá e na hora certa, os médicos nos dariam as informações.

No dia seguinte teria a consulta com os médicos do setor de radioterapia. E eu deveria deixar o CD com o cirurgião, que iria avaliar a qualidade do CD e providenciar o navegador para a cirurgia.

Eu tinha a esperança que o radioterapeuta abrisse o CD e me informasse o bendito resultado. Chegando lá, Ana Luiza tratou de fazer amizade com o médico. Sempre muito simpática, ficou fazendo gracinhas e rapidamente conquistou mais um amigo. Ele pediu todos os exames de imagem de Ana Luiza. Entreguei os dois antigos e os atuais, explicando que a ressonância tinha vindo somente em CD. Eu não tinha nem o Laudo, nem as imagens. Ele pediu que aguardássemos no consultório enquanto ele mostrava as imagens ao chefe da Radioterapia e definia o tipo de tratamento adequado para Ana Luiza.

Depois de aproximadamente uns 15 minutos, ele voltou com outro médico, me devolveu todas as imagens e começou a nos explicar o tipo de radioterapia que ela seria submetida e sobre o planejamento que seria feito. Falou sobre os efeitos colaterais agudos e tardios. Médicos atenciosos e muito competentes.

Já no final da consulta, como quem não quer nada, perguntei sobre as imagens do CD, se eles tinham visto alguma coisa. Eles disseram que nem o abriram, pois o que importava para eles naquele momento era a primeira imagem, do diagnóstico feito em Manaus, afinal a radioterapia seria calculada para a região anteriormente afetada.

Bom, o jeito era aprender, definitivamente, a ter paciência. Voltamos pra casa e a tarde, eu iria deixar o CD com o cirurgião e tentar conversar com ele sobre as imagens.

Depois de uma longa espera, o médico nos chamou na sua sala. Minha mãe tinha ido tomar um café e estávamos sozinhas quando o médico chamou.

Eu estava paralisada. Ana Luiza falando pelos cotovelos. E eu torcendo que minha mãe voltasse, pra ficar com ela, pois eu precisava ouvir atentamente o médico.

Depois de cumprimentar a pequena e responder suas perguntas sempre sinceras e constrangedoras (“Por que você demorou tanto para nos chamar?!”), entreguei-lhe o CD e as imagens da tomografia. Enquanto o médico, que sempre foi muito reservado e sério, abria o CD para avaliar a qualidade do mesmo, eu ficava olhando pra cara dele, como se pudesse decifrar alguma reação. Nada.

Finalmente minha mãe voltou e pedi que ela ficasse com Ana Luiza no corredor, tentando distraí-la. O médico então, depois de alguns minutos olhando para a tela do computador, perguntou se eu tinha trazido as imagens antigas. Entreguei-as. Ele as colocou no negatoscópio, virou o computador para a minha direção e, dando uma risada meio sem graça, disse: “Não estou mais visualizando a lesão”.

Pra quem esperava ouvir que a lesão tivesse diminuído ainda mais, ouvir aquilo foi quase uma insanidade. Ele continuou dando sua risada incrédula e apontou o dedo na tela: “Veja aqui. A lesão estava nessa região, por isso o acesso pelo nariz seria o mais adequado, mas agora não faz o menor sentido entrar por aqui, pois a lesão desapareceu. Se ainda existe alguma coisa, acho que pode ser isso bem aqui, tá vendo? Mas não tenho certeza.”

Ainda meio abobalhada, sem saber se ria ou se chorava, perguntei o que seria feito. Ele apenas disse: “Bom, confesso que agora não sei mais. Vou reunir a equipe, mostrar as imagens para o neurocirurgião, pois o que eu vejo aqui ainda é o tumor, é na área dele e não na minha. Precisamos ainda conversar com os oncologistas e avaliar se vale a pena fazer alguma cirurgia. Se esse câncer praticamente desapareceu com a quimioterapia, talvez os oncologistas optem por cancelar a cirurgia. Mas a realidade é que agora eu não sei”.

Eu comecei a dar uma risada nervosa. O médico também. Aquela cena eu jamais esqueceria. Um dos melhores cirurgiões otorrinolaringologistas de São Paulo, do melhor hospital de tratamento de câncer da América Latina, me confessou que não sabia o que fazer. Isso a gente não vê todo dia, não é mesmo?

Perguntei sobre o plano de saúde, sobre como ficaria a cirurgia, uma vez que já estava autorizada. Ele, enfático, apenas disse: “Esquece o plano de saúde, mãe!!! O mais importante é a Ana Luiza!! Bom, hoje é quinta-feira. A cirurgia seria na terça-feira. Então vamos fazer o seguinte: Vou reunir a equipe amanhã, e na segunda-feira pela parte da manhã, nós ligaremos pra você e definiremos se haverá ou não a cirurgia”.

Levantei da cadeira e pela primeira vez ganhei um abraço do médico. Ele estava feliz. Mas eu estava MUITO MAIS feliz. Encontrei com as duas no corredor e minha mãe, com toda sua serenidade, apenas me perguntou: “E aí, minha filha? O que o médico disse?” Abracei minha mãe, me ajoelhei de frente para Ana Luiza, olhei nos olhos da pequena e disse: “Papai do céu te ama muito, pequenina! Os médicos acham que não tem mais nada na sua cabeça, acredita?” Ana Luiza, com o mesmo jeito de sempre, deu de ombros e apenas disse: “Mas eu já sabia disso, mãe!”

Minha mãe me abraçou e começou a chorar. Eu estava tomada por um sentimento tão maluco que não chorei. Diferente da primeira vez, quando soube do desaparecimento das metástases e chorei compulsivamente, eu fiquei dando risadas incontroláveis. Fui tomada por uma sensação tão louca. Nem sei descrever.

Ana Luiza realmente parecia não achar nada demais. Correndo de um lado para o outro, inventando brincadeiras no hall do hospital e cumprimentando as recepcionistas e o guardas do hospital, nem parecia que tinha acabado de receber uma notícia tão maravilhosa! Mas ela já sabia. Por que comemoraria uma notícia velha, certo? Confiança é isso aí.

Chegamos no condomínio e ainda muito eufórica, contei as boas novas para o porteiro, que a essa altura já era um grande amigo de Ana Luiza. Emocionado, ele começou a chorar. Deu um abraço forte na pequena e disse: “Deus seja louvado! Parabéns pelo milagre que você recebeu, Aninha”.

Subimos para o apartamento e era o momento de espalhar as notícias: ligações para os familiares, atualizações no twitter e no facebook. Uma enxurrada de pessoas, comemorando e, principalmente, agradecendo a Deus. O telefone não parava de tocar. Marcos estava eufórico. Acho que nós dois estávamos experimentando a mesma sensação. Um misto de felicidade e gratidão. Uma sensação indescritível.

O pai biológico de Ana Luiza veio visitá-la novamente. Assim que ele tocou a campainha, abri a porta lhe contando as boas novas. Era uma momento de celebração. Estávamos todos muito felizes e isso deveria ser compartilhado. Ele entrou no apartamento, deu um abraço em Ana Luiza e eu pedi licença, pois precisava atender as ligações.

Após alguns minutos, vou até a sala e não vejo o pai biológico dela. Perguntei a Ana Luiza onde ele estava e ela apenas disse: “Ah! Ele não parava de chorar, então pedi pra ele ficar chorando lá embaixo. Não tem motivo nenhum pra ele ficar chorando aqui, credo!”

Eu ri da pequena e o próprio pai biológico também deu risada. Mas ela tinha razão. Agora era agradecer e se alegrar. Chega de choro. Alguns minutos depois ele retornou, ficou um pouco mais com ela e foi embora.

Apesar de feliz, ainda teríamos que aguardar a ligação dos médicos. Mas esperar até segunda-feira era demais. E caso ela não fosse fazer a cirurgia, teria que fazer mais um ciclo de quimioterapia, pois já estava há exatos 22 dias sem qualquer medicamento. Caso ela fosse fazer a cirurgia, ainda tinham 2 exames pré-operatórios que ela precisaria se submeter naquela tarde.
A noite, não se contendo, Marcos ligou para o neurocirurgião, perguntando se ele já tinha visto as imagens de Ana Luiza. Ele disse que não, mas que o outro médico já tinha lhe comunicado e que pela avaliação dele, provavelmente a cirurgia não ocorreria. Marcos e eu ficamos eufóricos com aquela notícia. Que coisa maluca!!

Resolvi ir ao hospital no dia seguinte, para conversar com os oncologistas e perguntar o que eu deveria fazer. Minha preocupação era a liberação da possível quimioterapia pelo Plano de Saúde, que estava totalmente fora do prazo.

Entrei num táxi de manhã e o trânsito estava ruim. Quando ele estava chegando perto do hospital, olhei a carteira e vi que tinha esquecido de sacar dinheiro. Só tinha exatos R$12,00 na carteira. Olhei o taxímetro e quando estava em R$11,50 pedi pra ele parar, que eu iria andando. Ele encostou o em frente ao batalhão da polícia militar, paguei, agradeci a corrida e na hora que abri a porta da direita, escuto uma freada brusca e um motociclista quase passa por cima das minhas pernas! Nossa, tomei um susto absurdo!! E o cara da moto me xingava muito, me culpando, dizendo que eu deveria ter olhado antes de abrir a porta, blá, blá, blá...

A sorte é que estávamos em frente a meia dúzia de policiais, que viram que o motociclista estava tentando ultrapassar pela direita, no acostamento, quando naquela avenida tinha uma pista exclusiva para motos. O taxista me acalmou e disse que eu podia ir em paz, pois não havia acontecido nada demais e que a culpa não era minha. Cruzes! Que susto!

Cheguei gelada no hospital e fui direto para o setor de pediatria. Aguardei alguns minutos e falei com o oncologista. Perguntei se ele já tinha conversado com os cirurgiões e ele disse que não. Contei o que havia acontecido no dia anterior e falei das minhas preocupações com relação ao longo período sem quimioterapia, caso ela não fizesse a cirurgia.

Ele disse que a cirurgia só seria cancelada, se os cirurgiões garantissem que não havia realmente mais nada MESMO. Pois o rabdomiossarcoma é um câncer muito perigoso e de recidiva precoce. Não retirar, por menor que fosse a imagem, aquilo poderia representar um risco muito alto de recidiva. Ele pediu que eu aguardasse alguns minutos, pois entraria em contato imediatamente com os médicos e com a chefe da oncologia pediátrica.

Fiquei sentada na sala de espera. Pensei, pensei, pensei. Estava angustiada com aquilo. Marcos e eu tínhamos feito um compromisso de lutar pelo melhor tratamento para Ana Luiza. De fazer nossa parte. Os médicos eram pessoas sérias e respeitadas. Já havia pedido, em oração, que Deus iluminasse suas mentes e mãos, para cuidar da nossa filha única. Liguei para o Marcos, falei das impressões do oncologista. Ele tinha a mesma opinião que eu.

Meu celular tocou. Era o setor de autorizações. A radioterapia solicitada no dia anterior já havia sido negada. A radioterapia por IMRT era um procedimento que ainda não estava na lista de procedimentos da Agência Nacional de Saúde. Apesar de ser uma técnica utilizada no Brasil desde 2000, pouquíssimos hospitais dispõem deste tipo de tratamento, o que há de melhor do mundo atualmente. Os brasileiro, em tratamento de câncer que se tratavam através de plano de saúde, tinham que ir para a justiça para fazer valer seus direitos de tratamento. Um absurdo, já avisado pelo setor de autorizações.

Avisei ao Marcos e ele, imediatamente, tentou falar com algumas pessoas que sempre estavam disponíveis para nos ajudar de todas as formas possíveis. Ele pediu que eu fosse até o setor de autorizações e pegasse um documento provando a negativa do Plano de Saúde. Ele também entrou em contato com uma das nossas advogadas e para solicitar uma possível liminar, caso fosse necessário. Ele ainda entrou em contato com o plano, via Twitter pedindo revisão da negativa do procedimento.

Deixei a sala de espera da pediatria e corri até o setor de autorizações. Consegui pegar o documento que ele precisava. Nesta hora minha mãe me liga, perguntando se deveria trazer Ana Luiza para fazer os exames que estava agendados. Pedi pra ela esperar alguns minutos que brevemente teria uma resposta. Tudo ainda estava muito confuso e indefinido.

Voltei para a sala da pediatria e o oncologista disse que já tinha conversado com a chefe da oncologia. Eles decidiram que, caso os médicos fossem enfáticos em suas decisões de não operar, aquilo não significaria, necessariamente, uma alta probabilidade de recidiva. Que se algo, supostamente aparecesse nas imagens, poderia ser liquidado com uma dose alta de radioterapia. Ele me entregou os papéis para solicitar a autorização da quimioterapia que deveria ser feita na segunda-feira e disse que provavelmente Ana Luiza não faria a cirurgia. Perguntei se ela ainda precisaria fazer os 2 exames pré-operatórios agendados para aquela data e ele pediu que ela fizesse, pois era importante saber como estava indo o coração.

Saí da sala em direção ao setor de autorizações, liguei para o Marcos falando que a cirurgia parecia ter sido cancelada. Liguei pra minha mãe e pedi que ela trouxesse Ana Luiza para fazer os exames e fosse direto para o setor de imagens.

Peguei uma senha, sentei na poltrona e aguardei ser chamada para dar entrada no pedido de autorização da quimioterapia. Eu estava cansada. Estava correndo de um lado para o outro desde cedo. Não tinha dormido bem a semana inteira. Preocupada com a cirurgia, com os exames... era muita coisa pra uma pessoa só, pensei eu.

A atendente me chama, explico a situação e ela diz, lamentando muito, que seria praticamente impossível autorizar a quimioterapia. Era sexta-feira, 13h da tarde e o pedido era para segunda-feira, pela parte da manhã. E disse que só poderia pedir autorização do plano de saúde, depois que cancelasse a cirurgia, coisa que ela só poderia fazer, com um Laudo Médico, informando o motivo do cancelamento e a mudança de estratégia de tratamento.

Respirei fundo e voltei para o setor de pediatria. Chegando lá, dei de cara com 6 médicos no final do corredor, todos me aguardando. A chefe da oncologia pediátrica, três oncologistas que acompanhavam o caso da Ana Luiza, o neurocirurgião e o cirurgião otorrino, que iria fazer o acesso pelo nariz.

Estávamos tentando falar com você!” Falou um dos oncologistas. “Carol, o caso da Ana Luiza está muito além do esperado e em virtude do que as imagens mostram, decidimos mudar a estratégia novamente. Mesmo sendo uma mancha muito pequena e indefinida, o mais seguro para Ana Luiza é retirarmos esse resíduo cirurgicamente.”

Respirei fundo. Olhei nos olhos de cada um deles e apenas perguntei: “Isso é o melhor pra ela? Vocês estão decidindo pelo melhor?” E todos foram unânimes. Explicaram que fazendo a cirurgia, aumentariam muito as chances de cura, pois poderiam utilizar doses menores de radioterapia e caso houvesse uma recidiva, ainda teria armas que poderiam ser utilizadas.

A radioterapia, mesmo a IMRT, tem um limite máximo de radiação a ser aplicada. Se os médicos optassem por não operar, a dose para destruir o resíduo macroscópico do suposto tumor seria bem maior do que a dose para matar células microscópicas, no local onde o tumor já havia encostado. Então, caso houvesse a temida recidiva, a quantidade de radiação que poderia ser utilizada seria menor, eliminando uma forma de tratamento.

Bom, eu não queria estar aqui sozinha com tantos médicos, mas confio em vocês. Por favor, cuidem dela!” Falei, respirando fundo.

Nessa exato momento, Ana Luiza aparece no corredor. Minha mãe tinha trazido-a para pesá-la na balança da pediatria e quase caiu quando viu aquele monte de médicos conversando comigo. Ana Luiza já foi logo falando: “Ahhhh!! Vocês estão aí escondidos falando de mim, né? Pode me contar o que é!” Os médicos deram risadas, abraçaram e cumprimentaram a pequena e eu apenas disse: “Bom, agora vocês vão ter que encarar a fera. Filha, os médicos decidiram que é mais seguro operar e que vai dar tudo certo

Ela, de cima da balança, apenas diz: “Tá bom! Sem problemas! E o que tem nessa caixa aí, Sérgio?” Perguntando para o neurocirurgião. Ele diz: “Adivinha? É cupuaçu. Você deve conhecer, né?” Ana Luiza concorda e eu apenas digo: “Ela tomava na mamadeira! Por isso é forte e corajosa assim. É uma amazonense guerreira!!”

Antes do cirurgiões irem embora, perguntei sobre as sequelas. Eles disseram que a carótida seria preservada, mas que provavelmente ela perderia os movimentos do olho esquerdo. Mas que em virtude da grande diminuição do tumor, eles tentariam ao máximo, preservar as funções e que já haviam solicitado a presença de um médico apenas para monitorar os nervos cranianos.

Os cirurgiões e os outros médicos foram embora e eu fiquei mais uns minutos conversando com o oncologista. Ele parecia querer se justificar a todo tempo, mas só transparecia que todos eles ainda estavam muito abismados com tudo aquilo. Ele conversou com Marcos pelo telefone e explicou tudo de novo; eu entreguei de volta a papelada da quimioterapia e me despedi.

Ana Luiza ainda fez os exames que faltavam e logo em seguida fomos para casa. Comunicamos a todos os familiares, todos os amigos e os amigos virtuais sempre presentes, que a cirurgia realmente aconteceria no dia 18/01.

Todos, que desde o início tinham torcido, sofrido e se alegrado conosco, se juntavam e se programavam para, no dia e horário da cirurgia, estarem com os pensamentos na pequena.

A noite, deitada na cama e ao lado de Ana Luiza, orei agradecendo por tudo. Por mais um dia ao lado da minha filha, pelo milagre concedido, pela saúde de todos e pedindo que Deus a protegesse durante a cirurgia e que desse coragem e força para que ela se recuperasse logo. No meio da oração, ela me cutuca e fala baixinho: “Mãe, não esquece de pedir pro papai do céu também cuidar e proteger meus amigos, tá bom?”

Pode deixar! Não vou esquecer”, respondi, com um sorriso no rosto. Terminei a oração pedindo pela vida de todos os amigos que ela já tinha feito no hospital e que também estavam em tratamento. E pedi também, que Deus protegesse todas os amigos que tem orado por ela em Manaus, que eram muitos!

32 comentários:

  1. Minha amiga!
    Impossível não chorar! Mas explique pra figurinha que se chora de felicidade também, viu! Estamos muito felizes aqui!
    Vamos nos manter assim. Positivos e com muita fé, pois cada vez mais tenho certeza que em cada nova etapa desse caminho até a cura completa, as respostas da Ana vão ser sempre assim, muito acima da mais otimista das expectativas!
    Muita saudade de vcs!
    Fiquem sempre cobertos pela benção e proteção de Deus!
    Josely e Antônio

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  2. Eitaa que essa é pequena mas é forte como um gigante!
    Parabéns a vocês por ter esse ser abençoado e cheio de vida!!
    Conheci a história da Ana Luiza a pouco tempo através do twitter...No dia da cirurgia dela, e vim até o blog ler td a história.
    Desculpe a intimidade, me emociono demais lendo e vendo a força dela e de vcs tbm!!
    Deus ama essa familia demais.
    Torci e mandei pensamentos positivos a td momento para Ana Luiza...
    Que Deus esteja sempre com vcs...mta luz e paz!
    E um "xerôô" em Ana Luiza hehehehe

    Abraços!

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  3. Parabéns pela filhota confiante presente de Deus!
    Eu te desejo A Força de Sansão ... A alegria de Miriam ao atrevessar o mar vermelho... A ousadia de Davi ao dançar para o Senhor... A unção de Eliseu... Aperseveraça de José no Egito... A sabedoria de Salomão... a prosperidade de Jó...A coragem de Josué... A fé de Abraão, a pazz e o amor de Jesus Cristo que excede todo o entendimento para que vc possa entender com seu coração so propósitos de Deus! Um grande Abraço de Alguém que torce demais por vcs!

    Ass: Érica Melo
    @erica__melo

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  4. Carol,já vi esse DEUS poderoso fazer maravilhas,mas ainda me surpreendo com a grandeza do seu amor e poder!Desde o meu primeiro contato com vcs ,q essa certeza fazia parte do meu coração.Eu sabia q ELE ñ falharia.Mas para q o milagre acontecesse era preciso a participação de vcs mantendo a fé quando todas as circunstâncias falavam o contrário.E vc e o Marcos ñ retrocederam nunca,nem nos momentos mais difícies.E por isso o milagre aconteceu!Jesus disse "seja feito conforme a vossa fé",e foi assim foi feito.E ,creia Jesus vai completar essa obra q ele começou!Amo vcs e jamais vou esquecê-los!

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  5. Amiga querida, esse foi um dos textos que mais me emocionou... A alegria da Ana Luiza pela vida faz com que sua imunidade se mantenha firme e forte, impedindo que essa doença faça mais estragos do que já fez! Continuamos aqui, de longe, mas com o coração todos os dias em vocês, agradecendo a Deus pelo que ele fez e que ainda fará! "Aquele que começou a boa obra em sua vida é Fiel!"

    Bjão Frida

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  6. Carol para Deus NADA É IMPOSSIVEL!!!! creia e confie nele sempre!!

    texto lindo chorei mt!! enfim a pequena Luiza é lindaa e muito guerreira é sim um exemplo para todos nos!!

    TUDO VAI DAR CERTO!!!!
    confie

    bjos e fiquem com Deus sempre!

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  7. CAROOOL!!!
    Nossa... não tem como ler suas novidades e não chorar...
    É demais... como já te contei, passei pela doença de um primo que, aos 18 anos, foi diagnosticado com câncer no músculo da coxa direita, com metástases nos dois pulmões, que estava tomados. Foi desenganado, mas nunca perdemos a fé e ele foi corajoso e forte todo o tratamento.
    Na última cirurgia, após uma super quimio e um auto-transplante de medula, os médicos encontraram somente um pequeno resquício do tumor em um dos pulmões, mas já necrosado!!!
    Foi um milagre de Deus!!!!
    A Ana Luiza é uma guerreira!!!
    Com ela vai ser assim: MILAGRE DE DEUS!!!
    Saiba que continuo rezando por ela, por vocês da família, amigos e por toda a equipe de médicos e enfermeiros que cuidam dela.
    Depois que tudo passar, ela vai ser o testemunho vivo da misericóridia de Deus e do amor infinito que Ele tem por nós!
    Muitos beijooos!!!
    Um mega beijo especial nessa pequena grande guerreira!!!!

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  8. Deus nos surpreende a cada dia! A Ana Luíza idem... Kkkk. Parece que ela tem uma ponte direta com Deus e pra ela nada surpreende,afinal, já havia sido infornada por Ele de tudo o que vai acontecer! Ela eh linda de corpo e alma! Torcemos por vcs a cada dia. E a cada notícia postada, agradecemos ainda mais a Deus por tudo, e vemos o qto somos pequenos diante da magnitude dEle! Como já disse antes, Deus está com a Ana no colo e tomando conta de tudo. É questão de tempo para festejarmos totalnente a CURA da Aninha. Deus abençõe vcs. Um grande beijo a todos. Dani Brandão e familia

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  9. Querida, sua filha e uma escolhida para dar testemunho da graca de Deus. na sexta tive uma noticia muito feliz, foi cancelada minha quimio, a tomografia nao deu mais nada, estou curada. So Jesus Cristo, somente Ele pode fazer isso. Sua filha ainda vai dar muitos testemunhos para a Gloria de Deus.Um beijo

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  10. Oi Carol,
    Primeira vez que escrevo no seu blog. E estou radiante com a notícia maravilhosa que vc nos deu. Imagino que vc e sua família (inclua amigos tb) estejam sorrindo para as parentes!!!
    Também estou neste "mundo matriz"... onde um dia estamos em uma rotina confortável e segura e no outro somos jogados em um mundo que, no primeiro momento, nos é sombrio e sem saída, mas com o passar do tempo vamos criando coragem, força e uma fé inabalável. Pois é, minha vinda para este mundo foi devido ao diagnóstico do meu sobrinho (tb amazonense) que está em tratamento a 8 meses contra o osteossarcoma em Campinas (e graças a Deus, reagido muito bem ao tratamento). Desde aí fui descobrindo esse mundo blogueiro cheio de depoimentos corajosos e que nos enchem de esperança. E vc é uma dessas pessoas, viu!!! Eu e minha família torcemos muito pela vitória (que já é certa) de vcs!!!

    Bjim com o calor de Manaus!!! rsrs

    Fabíola Nascimento
    http://supervini-vinivida.blogspot.com/

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  11. Carol,
    como já disse, não passo um dia sem ler seu blog, procurando por mais boas notícias.
    Mas dessa vez, me surpreendi com o tamanho do milagre! Milagre com maiúscula, é isso que está acontecendo com vcs...Sou médica e nunca ouvi contar nada parecido...Uma dádiva!
    E vc escolheu muito bem o nome do blog "vidAnormal", porque, segundo o dicionário, normal é: comum, que é regular, conforme a norma, que é usual. E a sua pequena Ana é TUDO, menos "normal".
    Continuo torcendo por vcs. E acredito que vc, com a sua iniciativa de dividir a sua história conosco, através da internet, ajudou a atrair ainda mais energia positiva, bons pensamentos e orações, para contribuir na cura da sua filhota. Eu estou de longe, aqui na Itália, conectada com ela, vibrando com as vitórias e chorando de alegria...
    Parabéns pra todos vcs, Carol, e dê um beijo muito especial na Ana por mim.
    Cristiana

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  12. Oi carol,sou eu Ely karla,lembra de mim???? Bem estou acompanhando a historia da Ana Luiza desde do inicio,minha mãe me falou ai liguei p tia Hessy p saber mas detalhes.
    Mas a verdade é que quando fiquei sabendo foi um susto que tomei,pois veio a imagem de Ana Luiza na casa da tia Hessy quando tinha uns 2 anos eu acho,ela tinha ido passar o dia la e eu tinha ido tbm pra la para levar minha filha Ana Beatriz tbm na epoca com 2 anos pra tia Hessy conhecer...e foi muito bom p elas,brincaram muito.De la pra ca nao vi mas,ate pq vim embora de BV,estou morando no Maranhão,meu marido é daqui e resolveu voltar a morar perto de seus familiares.Mas gostaria que vc soubesse que estou orando muito por vc e Ana Luiza,minha filha tbm....todo dia pergunta se tem novidade,como ela esta e sempre dizendo pra mim: Mãe a minha prima vai ficar boa,curada,a senhora vai ver e apesar dela nao ne conhecer vou orar muito por ela e um dia queria poder dar um abraço bem abertado nela....é são sentimentos e coisas que minha filha fala que fico sem palavras para explicar,um sentimento puro e verdadeiro.
    Como hoje ao chegar da escola 12:30 hs,eu tava vendo se tinha alguma novidade,ai comecei a ler,antes de termina eu tava chorando(claro)e ela tava chorando e sorrindo ai do nada ela começou pular,dançar e gritar : Ela vai ficar boa,obrigada!ela vai ficar boa,obrigada! ai foi pro seu quarto e começou a orar agradecendo...
    Bem minha linda gostaria que soubesse que estamos aq orando por vc e Ana Luiza, e se precisar de qualquer coisa pode contar comigo,mesmo longe tenho certeza que posso ajudar.
    mil bjus p vcs
    meu email-karlaebia@hotmail.com
    Deus está com vcs!!!!

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  13. Olá, não nos conhecemos mas te informo que estamos em oração por vcs e sua filha. Somos mães que oram por seus filhos todas as quartas-feiras as 18.30h na Primeira Igreja Batista de Manaus na Joaquim Nabuco ao lado do Fajardo.
    Deus renove tuas forçs diariamente e fortaleça tua fé.
    Beijos esperançosos!!!!

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  14. Olá Carol! Estou imensamente feliz com todos esses acontecimentos. Era isso que eu desejava, esperava e hoje agradeço a Deus pela oportunidade de ler as últimas notícias sobre a sua Aninha (minha filha chama-se Ana Lúcia). Além da alegria por sua filha, as notícias me enchem de esperança para lidar com outras crianças com câncer que acompanho. Graças a Deus e às equipes médicas, tenho tido ótimas notícias. A cura está cada vez mais alta nas estatísticas sobre essa doença. Envio um grande abraço, bem apertado a você. À Aninha deixo um beijinho cheio de carinho e minha admiração. Até a próxima! (Maria Lúcia F Caetano - Projeto Felicidade)

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  15. Ela é uma guerreira e uma merecedora de um milagre divino!

    Deus a abençoe muito.

    Um beijo

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  16. Rafaela Veloso Moreira2 de fevereiro de 2011 às 18:01

    Olá Parabéns por esse milagre!!!!! Gostaria de saber qual é o seu facebook? Sempre leio o seu blog, e fico emocionada com a história da sua família e a força da sua princesa!!!!!
    Na minha família estamos passando por uma situação difícil tb com meu pai, mas sempre com muita fá que vai dar certo, a cada exame e procedimento é uma ansiedade de que as coisas melhoraram!!!!
    Estou terminando o curso de Medicina e pretendo me especializar em oncologia, e seus depoimentos me ajudam muito a ter uma visão mais humanista, e não só aquela impressão de médico que se habitua com tantas doenças....
    Muito obrigado!!!
    Que Deus continue iluminando o caminho de vcs!!!!
    Bjusss

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  17. impossível mesmo não chorar. Que Ana e todos os amiguinhos consigam o melhor pra eles, que a cura aconteça e que ela cresça linda e cheia de sabedoria como demonstra a cada dia
    grande beijo queridas

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  18. Oi Carol!
    Decidi ler as postagens desde o começo hj, vc acredita q eu levei o domingo inteiro? É q é mt emoção concentrada nos seus posts, eu tinha q parar mtas vezes pra tomar fôlego! Imaginei cada cena e ñ foi fácil td q vcs passaram! Mas senti a presença de Deus a cada "perrengue" q se solucionava a cada dia, através das suas palavras! Deus é maior!
    Aliás, a Ana Luiza é um presente dele p vc e pro Marcos e pra tds os q têm a sorte de conviver c vcs! Até p mim, q só conheci vcs agora, graças ao admirável mundo novo da internet!
    Só posso desejar coisas boas p vcs! Mto mais bençãos e q Ele sempre ilumine os seus passos!!!
    Obrigada por partilhar sua história c a gente!
    Meu pai teve q lutar bastante ano passado mas tb venceu a batalha contra um câncer na próstata! Graças à Deus, pois é Ele q ilumina nossos médicos e a gente tem q agradecer por eles e por td ter corrido bem! Mas eu sei bem como é difícil lidar c td isso e a correria q é ir atrás de tts exames e médicos... foi tão corrido p mim e p minha família q a gente nem viu 2010 passar!
    Q 2011 seja o melhor ano de nossas vidas! P sua família e p minha!
    Um bjo a vcs e um abraço especial p Ana Luiza!
    Samantha

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  19. Olá Carol,
    Gostaria de pedir que atualize o Blog para podermos saber notícias da Ana Luiza, estou a dias abrindo o Blog e estou sem notícias, por favor diga como ela está, estou com muitas saudades!
    Carla

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  20. Olá meu nome é Livia, eu ja tive câncer de Mama e levo forças a meninas em tratamento. Eu achei seu blóg me emocionei muito com sua história. Exalte o nome do Senhor sempre..que ela seja uma serva prudente do senhor! Contando que a um Deus vivo, e que cura, para sempre! Conte sempre comigo, estatei com vcs em oração! Jesus abençoe!
    Lívia

    http://liviadonadon.blogspot.com/

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  21. Oi Carla. Essa semana está sendo bem cansativa pra gente. Estou terminando de escrever mais um texto, mas ainda não consegui terminar. Desculpe deixá-la sem informações. Mas vc pode tentar acompanhar as postagens do Marcos no twitter www.twitter.com/mv_mao, pois ele tem tentado atualizar com mais frequencia. Um grande abraço e obrigada pela força.

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  22. Carol
    Conheci a Olímpia e o Claudio na Bahia e através dela conheci a história de vocês.Eu e minha filha Helena, que tem a mesma idade da Ana Luiza estamos orando por vocês.Abraços
    Jane Reolo

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  23. Não Temas
    Paulo Roberto
    Eu, o Senhor, o Senhor, teu Deus Te tomo pela tua mão direita

    Te tomo pela mão, a tua mão direita e te digo não temas

    Não temas, Eu sou contigo, não te assombres porque eu sou o Teu Deus

    Eu te esforço, Eu te ajudo

    Eu te sustento com a destra da minha justiça

    Não temas, Eu sou contigo, não te assombres porque eu sou Teu Deus

    FÉ!!!!!!!!!!!

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  24. Carol, eu posso entender bem o que esta passando, se e que isto pode ser um consolo. Coincidencia ou nao, nos temos o mesmo sobrenome Medeiros. Quem sabe ate somos relativos, rs. A minha mae foi diagnosticada com cancer em 2005. Infelizmente ela faleceu em Julho 2008 quando eu estava gravida de 3 meses de minha filha Olivia que hoje tem 2 aninhos. Deus e um Deus de milagre e tem uma historia pra cada um de nos, e sei que sua filha Ana Luiza esta nas maos de nosso soberano Deus. Ela e toda a sua familia ja estao em nossas oracoes. Seja forte!!!!

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  25. Minhas irmãs nós vomos ajudar em oração

    o nosso Deus pode todas as coisas

    o seu Deus é grande.

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  26. Paz do Senhor, li esta história no blog do pr. Ciro, e de imediato comecei a orar, fiquem em paz, pois todo mal coopera para o bem daqueles que amam a Cristo, Deus sabe como agir , confie Nele, tudo tem um propósito, Deus é fiel.

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  27. CHOREI...
    Talvez eu precisasse entrar aqui hoje para DEUS me fazer ver que preciso ser ADORADORA EM TUDO.
    O que vocês viveram não se pode comparar...E acrdite! Essa lição tem trazido VIDA.
    O que são os nossos momentos ruins(insignificantes) diante dessa PROVA?!NADA...
    QUE DEUS CONTINUE FAZENDO UM MILAGRE ATRAVÉS DE VOCÊS. BEIJOS.

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  28. Irmã querida quem é como Nosso Deus? que te escolheu,e te fez uma serva capaz de passar digo ; passar por esta experi~encia tão forte,não é pra todo mundo,mas foi ele quem esta a permitir,isso em tua vida,mas nós todos que estamos com voce,iremos chorar, mas tambem nos alegrar quando do fim desta fase em tua vida.Ah ela continua linda!!! paz seja contigo!! em nome de Jesus,...

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  29. Oi querida, entrei no seu blog por acaso e me emocionei muito com a historia da sua filha, só quero que saiba que sua familia vai estar em minhas oracoes essa noite e todos os dias!! Muita fé e esperanca confie em Deus!! Bjoss

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  30. Oi pequenas grandes lutadoras,pois somos pequenos aos olhos do pai,só deus sabe por que passamos momentos dificios,o resplandecer do sol será o começo de um novo momento,a de uma provação vencida com glória.deus os acompanhe em cada momento dos seus caminhos.ele as levara nos braço.seja feita avontade do senhor.amem

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  31. Essa garotinha é quase inacreditável. Cada vez que uma fala dela é transcrita, eu fico mais e mais boquiaberta. Ela parece aquelas crianças heroinas, que agt só ve nos filmes, que não reclama, que não se importa com o que esta acontecendo consigo mesma, mas está mais preocupada "com os amiguinhos", que tá curtindo as partes boas (que só ela mesma consegue enxergar) de uma coisa tão terrivel que é essa maldita doença. Eu ainda não sei o fim da batalha, mas não consigo de jeito nenhum visualizar uma derrota, não combina com ela. #ForçaAnaLuiza

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  32. Que MÃE é vc, Carol!! com todas as letras maiúsculas! e como Ana Luiza surpreende a todos com uma força que parece incompatível com o tamanhico dela! vcs emocionam quem aqui chega, ou quem sabe da história... estão há muito em minhas orações e na de milhares de pessoas! se Deus quiser ela vai sair dessa!!

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