quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Primeira internação (24/9 a 04/10)

Parte II: É possível piorar uma tragédia?

No dia em que os médicos vieram nos trazer os resultados dos exames, minha sogra tinha dormido comigo no hospital. Quer dizer, eu tinha dormido. Minha sogra ficou de olho arregalado a noite inteira, ao lado de Ana Luiza.

Enquanto as mães acham que sabem de tudo, as avós tem certeza que sabem.

Apesar do hospital liberar somente o acompanhante para passar a noite, as enfermeiras estavam permitindo um “acompanhante do acompanhante”. Para mim era a perfeição, pois poderia passar todas as noites no hospital com ela, e alguém poderia ficar alerta em algumas noites para eu tentar dormir. Normalmente, era o Marcos. Mas, sabendo que ele também precisava dormir, eventualmente ele trocava essa tarefa com minha mãe ou a dele.

Mas enfim pude descansar e ela pôde testemunhar a visita das 6h da manhã do neurocirurgião. Eu ainda custava a acreditar que um médico visitasse seus pacientes nesse horário. Era muita dedicação, muito amor a profissão. Era impressionante, isso sim!

Ainda era cedo e Marcos tinha acabado de chegar para que ela pudesse ir para o apartamento tomar banho. Eu saí para pegar um café na máquina que ficava bem ao lado do quarto, quando notei a presença dos dois oncologistas chefes do Hospital: uma médica e um médico. Desisti do café. Cumprimentei-os com um aceno e imediatamente me deu um frio na espinha horrível, pois além de tudo, notei que eles também estavam me observando. Aquele olhar estranho, de que tinham algo pra falar mas não sabiam como. Eu já conhecia aquele olhar. Eu tinha pavor daquele olhar.

Eles se aproximaram de mim, bem na hora em que eu voltava para o quarto e pediram pra conversar conosco. Apenas coloquei a cabeça pra dentro do quarto e chamei o Marcos. Pedi para minha sogra ficar com Ana Luiza enquanto conversávamos.

Antes que eles começassem a falar, eu já fui logo perguntando: “Já saíram os resultados dos outros exames?” A médica me olhou bem nos olhos e disse: “Sim e apareceram algumas coisas”. Respirei fundo e olhando para o outro médico, como se, diferente da outra médica, ele pudesse me dar alguma notícia boa, perguntei: “O que apareceu? Me fala. Pode falar. Pode falar doutor.”

E eles começaram a falar: “Infelizmente Ana Luiza está com metástases nos pulmões, na medula óssea, em algumas vértebras da coluna dorsal e na fíbula da perna esquerda”.

Enquanto eles falavam, a imagem deles ia ficando distorcida pelas lágrimas nos meus olhos. Eu segurava o choro descontrolado, mas as lágrimas eram impossíveis de segurar. Já não conseguia enxergar nada. Fiquei muda por alguns segundos e abaixei a cabeça enquanto eles, pausadamente, falavam tudo que eu não queria ouvir.

Marcos segurava minha mão e com os olhos desesperados, eu não conseguia sequer falar alguma coisa. Respirei fundo, limpei as lágrimas e perguntei o prognóstico e as reais chances de cura. Eles olharam-se e a médica respondeu: “Esse câncer é muito agressivo, mãe. O prognóstico é pior em virtude das metástases distantes. As chances de cura são de apenas 20% e em contrapartida, 80% das crianças vão a óbito durante o tratamento, que precisa ser tão agressivo quanto o tipo de câncer”.

O médico interrompeu a colega e disse: “Mãe, mesmo que fosse apenas 1% de chance, para sua filha isso significa 100%. É assim que você tem que pensar. Nós vamos instituir o melhor tratamento, precisamos apenas da confirmação do tipo de células cancerígenas para podermos determinar o protocolo de quimioterapia e as demais terapias. Você precisa ser forte. Ela vai precisar de você”.

Marcos me abraçou e eu não aguentei. Comecei a chorar desesperadamente. Eu pensava: “Forte?! Mais forte do que tenho tentado ser? Eu não vou conseguir! Ô, meu Deus, me ajude!! Eu não tenho forças!!”

Minha sogra veio até a porta para avisar que o pai biológico de Ana Luiza estava no telefone, avisando que iria subir. Eu chorava demais. Não conseguia nem pensar direito, quanto mais falar ou conversar. Pedi pra minha sogra avisar a todos, que aguardassem lá embaixo. Não queria que subisse ninguém. Eu precisava me acalmar para dar esta notícia tão devastadora.

Enquanto Marcos conversava com a mãe dele, explicando o ocorrido, eu saí andando pelo corredor do hospital e parei em frente a janela do 5º andar. Caí de joelhos no chão, e olhando para o céu, chorei e implorei para que Deus não levasse minha filha. Marcos tentava me levantar, mas eu tinha desabado e só gritava e implorava que Deus curasse minha filha. De relance, vi algumas pessoas que me observavam, lamentando mas compreendendo. Vi alguns funcionários do hospital que se compadeciam, mas que sabiam que aquilo era normal. Além de normal era necessário. Eu precisava chorar. Precisava gritar.

Marcos me abraçava. Ele não tinha o que falar. Ficou calado me dando todo o apoio que ele podia. Ele estava gelado. Abraçada, eu ouvia o coração dele batendo rápido, de desespero também. Nós precisávamos nos acalmar para voltar para o quarto de Ana Luiza e ficar com ela. Quem precisava de força era ela. Se choro e desespero servia para alguma coisa, com toda certeza não era para ajudá-la ficar boa. Ela precisava de carinho, de amor, de cuidado, de alegria. Nós precisávamos ser fortes para fortalecer ela.

Voltei para o quarto e o pai biológico de Ana Luiza insistia para subir. Eu não conseguia falar, mal conseguia respirar. Só queria ficar calada, olhando minha filha. Pedindo a Deus por ela. Mas eu não podia, jamais, negar que o pai biológico dela, também compartilhasse desse momento. Pedi que Marcos conversasse com ele, eu não teria condições de explicar nada. Eu recusava a acreditar nas metástases, no prognóstico, nos riscos...

O pai e a avó biológica de Ana Luiza subiram e Marcos os levou até a sala de estar, que ficava bem próxima ao quarto de Ana Luiza. Ele começou a explicar sobre as metástases e falou da gravidade do quadro dela. Infelizmente a reação não foi a que esperávamos. Nesse momento, o pai biológico de Ana Luiza tomou a palavra e disse que a partir daquele momento, as coisas seriam diferentes. Que ele subiria a qualquer momento e que não ficaria esperando para subir, pois ele era o pai dela.

Aquilo foi um soco no estômago. Então tudo que importava ao pai biológico no momento de receber uma notícia daquelas, era se ele poderia subir a qualquer momento ou não? Se ele estaria ou não com ela no momento que lhe fosse conveniente ou não? Se ele teria prioridade ou não?

Se ele, ele, ele, ele... Ah o remorso... Sentimento lindo, que chega na hora errada. Tantos anos para “lutar” para ser prioridade na vida da filha e vem querer ser prioridade uma hora dessas?! Sem se importar com os avós, os amigos, os familiares que sempre estiveram presentes na vida da criança e que nos últimos dias, haviam passado por todo o pesadelo conosco?! Pessoas que naquele momento se revezavam para passar alguns minutos ao lado dela. Ele julgava-se mais importante, porque era “sangue”. Ele queria a prioridade para ficar ao lado dela, mas o intuito era acalmar o próprio coração, que transbordava remorso pelos olhos.

Tantas coisas poderiam ser comentadas no momento daquela notícia. Até mesmo o silêncio seria mais adequado. Mas fazer-se de pai, o paizão, o pai vítima, o pobre pai, que pouco tinha para oferecer a filha, mas que nunca deixou de viajar de férias ou curtir a noitada com os amigos. Anos a fio. A mesma vidinha de sempre... Aquilo não era hora. Não era adequado falar aquilo para o homem que esteve com Ana Luiza durante 2/3 de sua pequena existência, que estava em frangalhos e desmoronando, pelo pavor de imaginar perder sua filha. Filha sim. Filha de verdade.

Marcos deixou-os falando sozinhos. Sabiamente, concluiu que de nada adiantaria tentar esclarecer que aquele momento não era apropriado para discutir “quem subiria” e “que horas subiria”.

Ele foi para o quarto e a família veio atrás. Eu estava com Ana Luiza e não conseguia enxergar mais nada. Não queria falar. Não queria acreditar. Cumprimentei-os. Mas me mantive calada para não chorar na frente dela.

A avó ficou conversando com Ana Luiza e o pai biológico pediu para falar comigo em particular. Fomos até a sala de estar novamente, nos sentamos no sofá e ele começou dizendo que já tinha me dado o tempo que eu havia pedido, mas que agora eu precisava conversar com ele, pois eu sequer olhava em sua cara. Pasmem, ele pediu que eu o respeitasse.

O fato é que eu não consigo sequer lembrar das palavras que ele falou posteriormente. Só sei que o interrompi, bati bem forte em sua perna e gritei um sonoro palavrão: “Vá tomar no seu … !” E saí de perto dele! Foi a única coisa que consegui falar. Até me senti mal. Mas foi isso mesmo que falei. A conversa não durou 2 minutos.

Eu lá tinha cabeça pra conversar alguma coisa?! Pra respeitar alguém?!? Principalmente quando esse alguém nunca havia me respeitado na vida?!?! Minha filha única, razão da minha vida, com metástases de células cancerígenas no corpo inteiro e ainda ter que aturar dor de remorso e falta de bom senso dos outros?!?!

Segurando o choro e tentando controlar a raiva, voltei para o quarto com Ana Luiza e a avó estava ao seu lado. Ela imediatamente puxou conversa comigo, dizendo que eu não podia negar a presença do pai biológico...

Em que momento eu havia negado a presença de alguém?!?! Eu me perguntava! Onde esse povo está com a cabeça!?!? Toda as vezes que vieram ao hospital, tiveram acesso a Ana Luiza! Desde o início. Sempre que ligaram, foram atendidos! Eu, em frangalhos, passando pelo pior momento de toda a minha vida, tendo que me segurar para não desmoronar em frente a minha filha e eles forçando uma situação absurda?!?

Sem falar muita coisa, apenas segurei o fôlego e saí do quarto batendo a porta. Fui correndo para o banheiro que ficava ao lado do elevador. Chorei. Gritei. Implorei a Deus, para ter calma e lidar com essas pessoas de forma tranquila. Comecei a chorar alto. Era uma mistura de desespero e raiva. Tristeza e impotência. Decepção e pavor. Mas eu precisava ter discernimento. Minha filha era maior que tudo aquilo. Eles também estavam sofrendo e eu precisava perdoá-los. Mas é difícil perdoar quem deveria pedir perdão. Acho que essa foi mais uma lição na minha vida.

Marcos tentou me acalmar. As enfermeiras estava preocupadas. Me levaram para o posto de enfermagem e eu consegui me acalmar. Sentada no canto do posto, ouvi a voz de Ana Luiza: “Cadê minha mãe?! Mãããe, cadê você?!” Ela gritava no meio do corredor, segurando o suporte de soro. Limpando as lágrimas eu me ajoelhei diante dela. Ela pediu que eu parasse de chorar e pedisse desculpas para a avó dela, por ter batido a porta do quarto.

Há aproximadamente um ano atrás, Ana Luiza tomou um castigo em casa, por ter batido a porta na minha cara. Eu havia pedido que ela largasse os brinquedos e fosse para o banheiro tomar banho. A pequena subiu as escadas batendo o pé e fechou porta do quarto com toda força. Ela sabia que aquilo era inaceitável. E “mandou” que eu pedisse desculpas por ter batido a porta tão forte.

Entrei no quarto de mãos dadas com ela e pedi desculpas a sua avó. Ana Luiza ainda fez mais: Pediu que todo mundo se abraçasse e “fizesse as pazes”. Nos abraçamos e eu, tentando manter a calma, sentei ao lado dela na cama. Fiquei pesando: “Eu preciso ter calma. Preciso relevar tudo isso. Tenho que ter serenidade...”

Inacreditavelmente, eles puxam a conversa de novo: exigindo o direito de subir ao quarto de Ana Luiza na hora que quisessem. E lá começa uma discussão bem acalorada, desta vez em frente da Ana Luiza. Fui chamada de descontrolada, de maluca... com um sorriso nervoso no rosto, o pai biológico de Ana Luiza insistia em me chamar de descontrolada. Aquilo foi terrível. Mas eu realmente estava descontrolada, mas com motivos. Ele tinha razão, só não tinha um pingo de noção.

Marcos finalmente perdeu a paciência e soltou umas verdades para eles. Quem eram eles para exigir e se acharem “pais e avós de verdade” depois de anos de abandono? Nos últimos três anos, em que ele morava definitivamente com Ana Luiza, o pai biológico tinha ligado e ido visitar uma única vez! Desde o início da minha gravidez, a rejeição da parte dele sempre esteve presente.

Ana Luiza caiu em prantos e foi para o colo do Marcos. Enquanto eles se retiravam do quarto, afirmando que não eram bem quistos naquele lugar, Ana Luiza dizia que era tudo culpa dela, pois nada daquilo tinha acontecido antes, só aconteceu por culpa dela. Chorando, nós dois dissemos que não era culpa de ninguém e tentamos explicar de forma bem objetiva tudo que tinha acontecido. Apesar de ser criança, Ana Luiza é muito inteligente e entendeu perfeitamente. Parou de chorar e ficou bem.

Eles desceram para a recepção. Eu fiquei com ela e Marcos desceu atrás dos dois. Ele tentava se acalmar e explicar para os nossos pais o que tinha acontecido. A confusão continuou lá embaixo. Meus pais, que ainda não sabiam da notícia sobre as metástases, tentavam acalmar os ânimos entre Marcos e o pai biológico. Marcos ainda teve estômago para ouvir, dentre outras coisas, “que ele não era pai dela”, e que por isso, tampouco “decidia alguma coisa”, “quem era ele, para decidir algo se não era pai dela de verdade?”.

O pai biológico ainda disse, que dali para frente, Marcos não precisaria fazer mais nada, pois o “pai dela de verdade” tinha chegado. Tudo isso acontecendo na recepção do hospital. Inúmeras pessoas assistindo a discussão. E nessas horas, quem tem veia artística se aproveita. Quem está acostumado a esse tipo de baixaria, deita e rola. Os seguranças do hospital se aproximavam, mas sem nenhuma atitude, já que as ofensas eram apenas verbais.

Marcos teve que engolir os atropelos de uma pessoa que, durante longos 7 anos, se escondia no campo tranquilo da desculpa esfarrapada e prosseguia levando com a barriga o abandono disfarçado de inúmeras coisas. Uma pessoa que antes mesmo de todo esse pesadelo começar, entrou na justiça para conceder, após 7 anos de atraso, uma pensão alimentícia de valor irrisório, algo que hoje, não nos ajudaria nem com os remédios para enjoo que ela tem tomado. O dia em que Marcos e eu vivenciávamos o pior dia de nossas vidas, ele conseguiu arrumar um jeito de piorar tudo.

Marcos subiu com minha mãe e deu a notícia para ela de forma um pouco “seca demais”. Acho que depois de tudo nos últimos minutos, ele não tinha cabeça para explicar do modo calmo que sempre faz. Minha mãe passou mal. Quase desmaiando, foi parar no Pronto-Socorro do próprio hospital. Marcos pediu que eu descesse para ajudá-la. Enquanto ele ficava com Ana Luiza, desci para falar com minha mãe. Disse a ela que Ana Luiza precisava de nós duas bem fortalecidas. Que a gente não podia cair agora. Enfatizei que ela precisava reagir e que tudo daria certo. Meu pai tentava se acalmar e pedia que a gente tivesse paciência com a família do pai biológico. Que aquele momento também estava sendo difícil para eles. Meu pai quase implorou para que eu não me aborrecesse ainda mais com eles.

Depois, o pai biológico e a avó subiram. Ficaram pouco menos de uma hora e foram embora. A tarde, a irmã do pai biológico voltou ao hospital para se despedir da sobrinha, pois embarcaria para casa naquela noite. Ela foi a única pessoa que teve bom senso diante da situação. Antes de falar qualquer coisa, me abraçou, disse que me entendia. Sabia da imensa dor que eu sentia naquele momento e entendia, acima de tudo, o sofrimento que eu havia passado quando ainda era mãe solteira. Ela olhou nos meus olhos e senti uma sinceridade que nunca havia sentido da parte dela: “Eu entendo você!”

Acredito que através dela a confusão se acalmou. Posso estar enganada, mas creio que ela auxiliou nessa tempestade e finalmente o desespero foi se dissipando e ocupei minha cabeça com o que realmente era importante.

Tomei uma decisão, após uma noite inteira meditando e pedindo orientação divina, decidi que essa situação não seria mais um problema. Eu teria uma nova atitude diante daquilo e engoliria tudo que fosse necessário, com humildade e confiando nos planos de Deus.

E realmente não foi mais um problema para mim. Nos dias que o pai biológico e sua mãe quiseram ir vê-la no hospital, foram. Os dias que não foram e quiseram ter notícias pelo telefone, tiveram.

Na sexta feira, véspera da nova biópsia, os médicos informaram que Ana Luiza não precisaria passar por mais uma biópsia, pois haviam conseguido identificar o tipo de câncer através da biópsia da medula e que imediatamente iniciariam a quimioterapia. Nos alertaram sobre a agressividade do tratamento e as repercussões principais no organismo dela: Queda imediata do cabelo, queda da imunidade, náuseas, vômitos, perda do apetite, inflamação das mucosas, etc. Nos esclareceram também, sobre os cuidados em casa, sobre a alimentação, higiene pessoal, etc.

Seriam 25 semanas de quimioterapia e cada ciclo de terapia seria composto por 4 dias de aplicação de drogas, sendo que para os 2 primeiros dias, ela precisaria receber a medicação internada e sob monitoração e os outros 2 dias restantes, ela faria no ambulatório do hospital, a cada 7 dias, sendo liberada imediatamente após a aplicação. Por volta de novembro/2010 eles fariam uma reavaliação geral do organismo de Ana Luiza, para avaliar a resposta da lesão à quimioterapia.

Anotei o nome de todas as drogas (Ifosfamida, Vincristina, Doxorrubicina e dactinomicina) e comecei a ler a respeito. Era desesperador. Parei de ler. Drogas que deveriam ser manipuladas com todo o rigor, para evitar a contaminação do profissional que a estivesse manipulando. E tudo aquilo entrava diretamente na veia da minha filha, minha princesa, do ser que representava a minha vida. Que coisa surreal!

Ana Luiza fez 2 dias seguidos de quimioterapia (02/10 e 03/10) no hospital. Enquanto as drogas e os remédios para minimizar os efeitos colaterais entravam em seu organismo, ela pedia comida. E comeu de tudo. E o espírito dela estava inabalável. Obra de Deus, nós não tínhamos dúvidas. Só nos restava agradecer por termos sobrevivido a primeira internação de muitas que ainda viriam e principalmente pela força que nossa pequena estava tendo.

Finalmente, segunda-feira 04/10, depois de 12 dias internada em 2 hospitais diferentes, voo de UTI aérea, 2 procedimentos cirúrgicos, inúmeras picadas de agulha e vários exames complementares, pudemos finalmente levá-la para casa. Mesmo que fosse uma casa emprestada, sem dúvida era um lar.

16 comentários:

  1. Carol interessante conhecer a história de trás para frente. (pelo menos pra mim) que entrei nela quando ela já estava em sp em tratamento. Muito lindo ver o cuidado de Deus com a sua pequena. Sem dúvida é uma história impactante, não pelos problemas e tribulações que tiveram que enfrentar, mas pela força fora do comum que sua pequena vem apresentando. Só pode ser Deus!
    Vamos confiar nos propósitos Dele e sei que os sonhos de Deus são bem mais altos que o nosso.
    Deus continue dando sabedoria e muita paz no seu coração e de seus familiares.
    Você sabe que pode contar conosco né?
    Obrigada por compartilhar conosco os detalhes desse processo doloroso que vocês passaram e ainda estão passando.
    Obrigada por nos permitir fazer parte da história da Ana Luiza.
    Agradeço a Deus pela Mãe maravilhosa que o Senhor deu para a pequena.
    beijos

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  2. Carol..Lendo tudo isso, perecia que estava lá com vocês..Dor enorme, angustiante.
    Rezo todos os dias por ela, por vocês.
    É essa corrente de fé e oração que vem deixando a Ana Luiza forte e dando força a vocês.
    Note que mesmo quando tudo parece desabar, Deus chega e coloca a mão..e tudo se resolve.
    Tenha paciência, as coisas veem no tempo de Deus e não no nosso.
    Conte comigo mesmo longe..Meu coração é todo de vocês.
    Bjos em você e na nossa Princesa.
    Saudades!!

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  3. Carol, te acompanho pelo Twitter e estou lendo seu relato desse período devastador.... é fácil para todos te pedirem paciência, pedir calma com o pai biológico... mas estar na sua carne, sentir a sua dor e ainda ter jogo de cintura para lidar com outras situações é horrível!
    Deus sabe de todas as coisas e isso vai te fortalecer e será para uma glória futura!
    Ana Luiza vai ter muita história para contar e elas não serão pautadas em dor, mas risadas, namorados....
    Fiquem com Deus!

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  4. Oi Carol
    Nem com muita imaginação eu poderia imaginar essa situação bizarra que acontecia paralelamente a todo esse sofrimento e tenho certeza que nem tudo vc conseguir por em palavras. Nem posso imaginar todo o sofrimento Carol!
    Apesar de tudo concordo com o médico. Vinte por cento é muito! Muito pra lutar e muito pra acreditar!
    Pra variar estou em lágrimas, mas não de tristeza, pois acredito que tudo já está dando certo. Lágrimas de emoção e de admiração por essa figurinha que todos amam tanto e que está nos ensinando muito desde que tudo isso começou.
    Saudades de vc e um abraço bem apertado na minha amiga.

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  5. Carol, como vc não me conhece, não sabe que sou uma manteiga derretida (choro com tudo), mas, ao ler toda sua tragetória, chorei muito, e OREI muito pra que tudo dê certo. DEUS está a frente de tudo, pode ter certeza!
    Realmente vc e a Ana são extremamente fortes...
    Ela é uma fofa, ví as fotos dela e já a considero "minha sobrinha".
    Se precisar de algo, mesmo sem me conhecer, em qualquer sentido, meu email é dani.luanjo@hotmail.com
    Muitas pessoas estão em campanha de oração por vcs. E, nem que fosse 1%, pra DEUS NADA É IMPOSSÍVEL. E, a cura está chegando...
    Fui a SP, pensei em visitá-la, mas achei que estaria invadindo o momento tão de vcs...
    Mas, não deixo de orar nem 1 único dia!
    Tenho filhos, e imagino o que vc está passando!
    Mas NUNCA perca a fé ! Vai dar tudo certo sim !
    Um grande beijo da amiga Dani Brandão

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  6. Carol, acompanhei um pouco a sua gravidez e mal eu sabia que no ano seguinte estaria passando pelo que vc passou.
    Qd nos tornamos mães ainda jovens e com o detalhe de ser mãe solteira, nossa vida passa a ser voltada unica e exclusivamente p nosso filho, pois damos amor e atenção em dobro.
    Choro muito qd leio teu blog, as vezes penso q tô lendo um livro de ficção, historia inventada, mas qd me deparo que td isso é realidade me dá uma dor mt forte. Não gosto nem de imaginar passar por um sofrimento desse.
    Pedir para que vc tenha calma com as raivas e decepções q vc vem tendo é facil, mas vc não precisa se segurar, chore, grite, fale td q vc quer, vc pode.
    Eu e minha familia estamos fazendo uma forte corrente de preces e orações pela saúde da Ana Luiza e pedindo pra que Deus conforte o coração de vcs que estão passando por td isso de perto.
    Deus é justo e fiel e Ele vai conceder o milagre de curar a princesa.
    Qualquer coisa estamos aqui.
    Bjos!
    Ass: ISIS, CAIO E FAMILIA

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  7. Oi Carol. Fiquei sabendo ontem da doença, mas tenho certeza que vai dar tudo certo. Estamos todos rezando por vocês aqui em casa. Se houver algo que possamos fazer para ajudar, não hesite em pedir.
    Beijos e fique com Deus.

    Andréa, Welber e Gustavo

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  8. Carol e Marcos,
    Muita força para Ana Luiza e para vocês. Vocês estão em meus pensamentos e orações diários.
    Um beijo especial para Ana Luiza, uma menina linda, carismática e com muita luz.
    Recebam meu abraço amigo,
    Aline

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  10. Olá Carol,
    sou repórter de um jornal local, preciso muito falar com vc. te mandei um tweet, mas creio que vc ainda não o leu.
    por favor, me envie um telefone de contato para que possamos ligar para vc.

    bjs!

    Mellanie [mellzis@gmail.com / 9601-1812]

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  11. Carol, Marcos e Ana Luiza,

    Soube de sua historia através de minha cunhada, daí passei a ler seu blog. Desde quando comecei a ler não consegui mais parar, procuro noticias a todo o momento... Saiba que é uma mulher guerreira e tenha fé que tudo isso será passageiro... Logo veras que nada é por acaso, nosso DEUS esta guardando algo bem melhor pra vcs. Acredito que inúmeras pessoas não lhe conhecem, assim como eu. Portanto não temos como saber de noticias da Ana Luiza a não ser pelo seu blog, por isso não nós deixe sem noticias por muito tempo.....
    Fique com DEUS e tenha fé que tudo se resolverá!!!
    Grande abraço a todos.

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  12. Oi Carol,

    Isso tudo realmente e verdadeiramente é uma liçao de vida... o que vocês estão passando e principalmente o que a Naninha vem ensinando com tudo é surpriendente. Eu já te adimirava muito antes de tudo isso, agora então superou qualquer sentimento!
    Tenho orado muito por vocês... e daqui a pouco isso vai passar e vai dar tudo certo.

    Que Deus te abecõe e que o anjo do Senhor permaneça sempre ao seu lado pra te protejer e te dar forças!

    Um grande Beijo

    Karla Keiko

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  13. Carolina, sou eu de novo! Não consigo parar de ler seus textos e me identificar com vc! Todos os seus sentimentos, todas as suas dores, tudo!!! Tb tive problemas com a família do meu marido e tenho até hj! Quero que saiba que estamos na fase final do tratamento ( em nome de Jesus) e que por mais difícil que seja, com o tempo a coisa se ameniza. Vou continuar lendo e depois te falo mais.....beijos

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  14. Oi, Carol!! Coincidentemente nós duas temos pequenas guerreiras em nossas vidas. A minha guerreira Ana Luiza tem 3 anos e luta contra um câncer no abdomen há pouco mais de um ano. Fez biopsia, 10 meses de quimio, cirurgia e transplante de medula. Estamos em Sampa, no Hospital das Clínicas na recuperaçao desse transplante. Tudo indica que receberemos alta amanhã, após 1 mês de internação. Entendo TUDO pelo que vc passou e tem passado. Também não sou daqui de Sampa (paraibana) e agradeço a Deus todos os dias por ele me dar condições de tratar meu bebê em um centro de referência médica como o q estamos. A minha princesa Luiza ainda vai fazer radioterapia e algumas sessões de uma vacina desenvolvida exclusivamente para ela. Mas a vitória já é nossa, pois Deus tem nos guiado, amparado e dado forças para seguirmos em frente, pelas nossas guerreiras, nossas "graciosas" (Ana) "guerreiras"(Luiza). Comecei a te seguir hoje no twitter e estou orando por vc e sua família. Bjs, Alessandra (@ttatamayer)

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  15. é impressionante o quão é perceptivel o aumento da sua força.
    Li todos os seus posts hj pela manhã. sempre via comentarios sobre a Ana Luiza, mas nunca tive a 'coragem' de vir ver.
    Juro que me encantei só de ver as fotos dela! QUE FILHA LIIIIIIIINDA VC TEM!
    fui lendo e me emocionando, chorei bastaaante e, caramba, me espantei ao ver como voce e ELA ( meu Deus, ela é demais ) são fortes e dedicadas.
    apesar de tudo, temos que admitir: que barra, vc tem sido uma pessoa muito 'sortuda'. Como vc mesmo relatou o caso da mulher que alem da doença perdeu o marido, você, além de muita força, de muito Deus e de uma filha MUITO corajosa, tem um excelente companheiro.. A vida as vezes precisa de uma balançada pra gente perceber quem É a pessoa que está do seu lado.
    Creio que a minha ajuda à Ana Luiza nao pode ser fisica ou concretizada.. mando energias positivas e mais e mais pedidos a papai do céu que ajudem a vc e a ela e que POR FAVOR a cure. Deus é providencial.. to beeem longe de São Paulo e n tenho muitos conhecidos ai, n consigo sequer doar sangue sem desmaiar, mas juro, aprendi muita coisa com vcs e espalharei como puder esse aprendizado, além de tentar divulgar a necessidade de ajuda de vcs. estou esperando o post ESTAMOS EM CASA, ESTAMOS BEM, A ANA LUIZA SAROU. Deus guie vcs. Um beijo cheio de carinho
    Arielly Matias - Brejo Santo/CE

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